A partir desta terça-feira, 1 de setembro, a CPTM passa a contar com cinco novos Espaços Acolher em suas estações. Os locais têm como objetivo dar atendimento humanizado e com privacidade a mulheres vítimas de violência ou importunação sexual nos trens e estações da companhia.
“Se uma mulher quiser a nossa ajuda ela poderá recebê-la em qualquer estação, mas se ela quiser um Espaço Acolher o objetivo é que ela tenha que se movimentar por apenas mais uma estação para ter um atendimento mais reservado”, explica Pedro Moro, presidente da CPTM.
As cinco novas salas estão localizadas nas seguintes estações:
• Francisco Morato – Linha 7-Rubi
• Osasco – Linha 8- Diamante e 9-Esmeralda
• Villa-Lobos-Jaguaré – Linha 9-Esmeralda
• Santo André – Linha 10-Turquesa
• Brás – Linhas 7-Rubi, 10-Turquesa, 11-Coral e 12-Safira.
A Estação Brás, localizada na região central da capital paulista, é a mais movimentada de toda a CPTM, recebendo passageiras de quatro das sete linhas da companhia, o que amplia ainda mais a capacidade de atendimento às mulheres vítimas destes crimes que precisam ser eliminados não apenas da CPTM, mas de toda sociedade.
Com a inauguração, a companhia passa a ter 23 dos 35 Espaços Acolher previstos para este ano. As demais estações que contam com o espaço são:
• Linha 7-Rubi - Vila Aurora, Franco da Rocha e Várzea Paulista;
• Linha 8-Diamante – Jandira e Carapicuíba;
• Linha 9- Esmeralda – Hebraica-Rebouças e Pinheiros;
• Linha 10-Turquesa – Rio Grande da Serra e Tamanduateí;
• Linha 11-Coral - Ferraz de Vasconcelos, Guaianases, José Bonifácio e Bom Bosco;
• Linha 12-Safira - São Miguel Paulista;
• Linha 13-Jade – Aeroporto Guarulhos.
Além disso, existem espaços nas estações de integração Tatuapé (Linhas 11-Coral e 12-Safira), Engenheiro Goulart (Linhas 12-Safira e 13-Jade); e Palmeiras Barra Funda (Linhas 7-Rubi e 8-Diamante).
O Espaço Acolher faz parte do programa 'Em Movimento Por Elas', lançado em março deste ano em parceria com o Instituto Avon. O programa consiste na formulação de políticas públicas no âmbito da companhia, criando uma rede de proteção às mulheres com base em implementação de projetos internos e externos que permitam o fortalecimento da autoestima, visibilidade para questões de gênero e combate à violência contra a mulher.
“Todas as grandes empresas têm importantes discursos pela valorização da mulher e combate ao machismo. A CPTM é uma grande empresa, transporta três milhões de pessoas sendo que a maior parte são mulheres. Queremos ir além do discurso, queremos que as nossas passageiras sejam respeitadas e as nossas colaboradoras vejam a companhia como um lugar seguro, acolhedor e, principalmente, justo para elas”, finaliza Pedro Moro.
A CPTM está veiculando, também, nas estações, trens e redes sociais, uma nova campanha de combate a importunação sexual, com foco na importância das pessoas que presenciaram o ato testemunharem. E para reforçar esse ato de ajuda ao próximo, a CPTM disponibilizará a todos que forem testemunhas um atestado, para que a pessoa possa justificar um atraso ou até uma falta ao trabalho. As redes da CPTM também irão divulgar as cartilhas digitais do Instituto Avon. Outras ações já estão programadas para os próximos meses, mostrando que o respeito à mulher deve ser trabalhado todos os dias, por todos.
O cronograma previsto desde março foi adiado por conta da pandemia de Covid-19, mas está sendo retomado com eventos e ações que visam criar e consolidar uma rede de proteção permanente para passageiras e colaboradoras. Mesmo com a necessidade de avaliação dos formatos conforme a situação da pandemia da Covid-19, a agenda de eventos com foco em saúde, autoestima e independência financeira, além dos treinamentos, não será mais interrompida.
CPTM ouviu o que a passageira tem a dizer
As ações já realizadas pelo programa e as que estão por vir usam como base a Pesquisa Voz Feminina CPTM, que durante todo o mês de março deste ano ouviu 1,2 mil passageiras que embarcavam nos trens da companhia.
A pesquisa, que também foi realizada em 2018 e 2019, mostrou resultados nada animadores. As respostas – obtidas apenas por entrevistadoras mulheres – mostraram que 47,6% das mulheres já sofreram ou conhecem mulheres que já sofreram algum tipo de importunação sexual no transporte público em geral, sendo que 69,3% destes crimes aconteceram dentro de trens, 14,7% no Metrô e 11,7% em ônibus. O grande problema, neste caso, é que apenas 15,6% denunciaram o fato.
Mais de 70% das mulheres conhecem as campanhas de combate a importunação sexual e as formas de denúncia, mas, ao longo dos anos, essa lembrança vem diminuindo, demonstrando a importância da divulgação constante, especialmente no próprio sistema.
“Sabemos que estes resultados são ruins e por isso estamos trabalhando para que o assédio sexual nos trens e estações diminua ou até desapareça. Para isso, estamos criando espaços de acolhimento para as vítimas e campanhas de incentivo a denúncia e para que as pessoas que estiverem por perto testemunhem, demostrando para o agressor que a CPTM será totalmente hostil a quem praticar estes atos covardes dentro do sistema”, afirma Pedro Moro, presidente da companhia.
Além de todas as ações de combate à importunação e ao assédio sexual nos trens e estações, vale lembrar que a CPTM possui uma central de monitoramento da segurança, que funciona 24h por dia, 7 dias por semana, com 14 pessoas trabalhando por turno, que controlam mais de 2500 câmeras em estações, e até dezembro serão mais de 4000 câmeras. Nos trens são mais de 6000 câmeras de olho em todo o movimento durante a circulação. Todos os casos denunciados são registrados pela CPTM, que também é a responsável pelo encaminhamento do agressor para a autoridade policial.